“Há sempre este contraste paradoxal entre a superfície de uma imagem, que parece estar a controlar, e o processo da sua produção, que encerra inevitavelmente um certo grau de violência.” Esta citação de Edward Said abre este filme a três tempos. 1. Ecrã negro; uma voz de mulher conta uma proeza de duplos numa rodagem. 2. A voz continua sobre um plano fixo de rebentação. 3. Uma jovem suspensa do tecto durante a rodagem de um episódio televisivo de O Exorcista. Encadeamento impressionante dos três tempos, rigor do dispositivo, paixão pelo cinema em simultâneo com a análise das condições da sua existência.
Crashing Waves
Lucy Kerr
2021
EUA, Rússia, Letónia
19’