Sentados à mesa, de argumento na mão, Marguerite Duras e Gérard Depardieu lêem um diálogo, a história de uma mulher que se dirige ao camionista que a recolheu na berma da estrada. Surgem com regularidade planos de um camião sem um condutor visível que percorre as estradas. O camião? A hipótese do comunismo, revela Duras. O filme? “Seria um filme. É um filme.” Que o modo condicional e o presente do indicativo troquem, que uma hipótese e a sua efectuação sejam apresentadas como um só acontecimento tangível é sem dúvida algo único na história do cinema.
Le Camion
Marguerite Duras
1977
França
76’