O Passado e o Presente – na produção cinematográfica portuguesa
O Passado e o Presente, de Manoel de Oliveira, produzido em 1971, é o primeiro filme do Centro Português de Cinema. Nesse mesmo ano, é promulgada a lei que iria criar uma política de financiamentos públicos para a produção de filmes nacionais. Desde então, muita coisa mudou: o cinema, a forma de o fazer, a corporatura de o produzir e, ainda mais, mudou a configuração, o formato de exibição e a distribuição. A realização muitas vezes auto-produz-se e os caminhos da produção em Portugal tomam diferentes direcções mediante a linha conceptual de cada produtora. Propõe- se uma conversa entre vários intervenientes do sector que apresente o contexto actual e na primeira pessoa do que significa produzir cinema em Portugal. Numa ideia de um passado consistente e de um presente vivo, que futuro nos trará a produção cinematográfica portuguesa?
Com a participação de:
Luís Urbano (em representação da PCIA – Produtores de Cinema Independente Associados)
Economista com trajecto profissional variado. É actualmente produtor na produtora O Som e a Fúria. Produziu todas as longas-metragens de Miguel Gomes e filmes de Manoel de Oliveira, Ivo M. Ferreira, João Nicolau, Eugène Green, Sandro Aguilar, Manuel Mozos, Gonçalo Waddington, Lucrecia Martel, Ira Sachs e João Moreira & Pedro Santo, entre outros.
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PCIA – Produtores de Cinema Independente Associados
Associação criada em 2017 e constituída por dez produtoras: Ar de Filmes, Arquipélago Filmes, Artificial Humors, C.R.I.M., Midas Filmes, O Som e a Fúria, Uma Pedra No Sapato / Vende-se Filmes, Primeira Idade e Terratreme. Defende um cinema português de autor, criativo e independente, uma política pública cultural do Estado para o sector do cinema que fomente a actividade e a não interferência de interesses particulares e privados.
Manuel Mozos
Nasceu em Lisboa em 1959. Frequentou o curso de cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema. Trabalhou como montador, argumentista, anotador e assistente de realização. Desde 1989, realizou mais de 20 filmes entre ficção e documentário, curtas e longas-metragens. Colabora assiduamente com publicações, escolas, institutos, universidades, associações culturais e de cinema, cineclubes e festivais. Desde 2002, trabalha no ANIM – Cinemateca Portuguesa.
Nuno Fonseca (em representação do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual)
É, desde 2000, assessor para a área internacional no ICA, do qual foi vice-presidente entre 2005 e 2007. Tem uma vasta experiência no aconselhamento e avaliação de projectos enquanto membro do conselho de administração do Fundo Eurimages e de vários júris. Entre 1997 e 2000, foi assessor do Secretário de Estado da Cultura. É professor convidado na Escola Superior de Teatro e Cinema e membro da Academia de Cinema Europeu.
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ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual
O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) é um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, dotado de autonomia administrativa e financeira e património próprio, tutelado pelo Secretário de Estado da Cultura, que tem por missão apoiar o desenvolvimento das actividades cinematográficas e audiovisuais.
Pedro Filipe Marques (em representação da APR – Associação Portuguesa de Realizadores)
Nasceu no Porto em 1976. Licenciatura em realização cinematográfica, mestrado em comunicação e artes e pós-graduação em artes da escrita. Realiza documentários e trabalha em montagem desde 2000. A Nossa Forma de Vida foi premiado em diversos festivais. Viveiro foi considerado o melhor filme da competição portuguesa do Doclisboa 2019. Faz dramaturgia, vídeo e encenação para teatro. Integra a direcção da APR – Associação Portuguesa de Realizadores entre 2016 e 2020.
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APR – Associação Portuguesa de Realizadores
A APR – Associação Portuguesa de Realizadores é uma Associação de carácter cultural sem fins lucrativos fundada em 2003 que junta várias gerações de realizadores de cinema de ficção, documentário e animação. Promove o desenvolvimento artístico do cinema português em Portugal e no estrangeiro. Intervém na elaboração legislativa, defendendo as liberdades e direitos artísticos, morais e profissionais da criação. Mantém um diálogo com uma rede internacional de entidades e personalidades do meio cinematográfico.
Teresa Villaverde
Nasceu em Lisboa, em 1966. No início da década de noventa, começa a sua actividade como realizadora, escrevendo sempre os argumentos dos seus filmes, os quais tiveram todos estreias mundiais em Cannes, Veneza e Berlim e estreias comerciais em Portugal, França, Alemanha, Países Baixos, Espanha, Itália e EUA. Foram já feitas mostras integrais da sua obra em França, em Itália e em Portugal. Em 2010, cria a sua própria produtora, a Alce Filmes.
A moderação ficará a cargo de Tomás Baltazar (programador do Doclisboa).