Origens – Práticas e Tradições no Cinema
27 mai - 2 jun
27 MAI / 20:45 / Cinema Ideal / 85’

Cebaldo, indígena dule panamense, trabalha como ajudante de pescadores numa cidade no Norte de Portugal. Sente saudades e, na sua solidão, as memórias levam-no para longe da rotina diária, mergulhando-o numa viagem de regresso à sua aldeia, em Guna Yala, onde um botânico o confronta com a impossibilidade de regressar ao passado.

28 MAI / 20:45 / Cinema Ideal / 55’

Três jovens – dois irmãos e o primo – encontram-se numa noite de Verão densa para sentir a “pedra” de uma dúzia de canções hasiklidika: canções rebetiko do início do século XX que celebram os efeitos do haxixe. Mas, para lá dos prazeres das drogas, trata-se de uma questão de amor, de alegria e tristeza, uma procura de liberdade e compromisso político… Pouco a pouco, a contracultura de ontem, feita de pobreza e violência e baseada nas mágoas do exílio, ecoa a de hoje.

29 MAI / 20:45 / Cinema Ideal / 72’

No interior das montanhas argentinas, numa pequena comunidade a 4000 metros de altitude, um pastor de lamas indígena segue o rasto de um puma invisível que lhe vem matando o gado. Através da sua busca, revela-se uma troca mística entre ele, os seus antepassados e a forma mutável do puma.

30 MAI / 20:45 / Cinema Ideal / 80’

A cada seis anos, o movimento Sokol – uma organização social fundada há 150 anos – organiza um espectáculo de ginástica massivo num estádio de futebol. Pessoas de todo o mundo viajam para Praga para assistir. O filme centra-se em dois personagens enquanto se preparam para o grande evento. Radek é um jovem difícil cuja família vem fazendo parte do movimento Sokol há muitas gerações. É um ginasta que treina para a parte mais difícil do espectáculo. O segundo protagonista é o treinador de 75 anos, Mirek. Vive para o Sokol e quer fazer tudo impecavelmente. O grande dia aproxima-se rapidamente.

31 MAI / 20:45 / Cinema Ideal / 77’

Após alguns meses na Aldeia Verde, em Ladainha (Minas Gerais), as yãmiyhex (mulheres-espírito) preparam-se para partir. Sueli e Isael Maxakali registam os preparativos e a grande festa da sua despedida. Durante os dias de festa, uma multidão de espíritos atravessa a aldeia. As yãmiyhex vão-se embora, mas voltam sempre com saudades dos pais e das mães.

1 JUN / 20:45 / Cinema Ideal / 76’

A paisagem de Menorca é composta de rochas de quatro cores. Um percurso da rocha mais escura à mais clara guiará o cineasta numa viagem de regresso à sua terra de origem: uma ilha que se está a afundar e onde mora o seu irmão mais novo, que decidiu aí permanecer.

2 JUN / 20:45 / Cinema Ideal / 79’

Uma história amazónica de um amor rebelde que rompe fronteiras morais e culturais da época, narrado por Dona Piti, filha de Chico Coló, um “soldado da borracha”, e por Antônio, um achaninca oriundo do Peru.

Sinais
22 out–1 nov
Sessão de abertura
22 OUT / 21:30 / Culturgest / 115’

Ao longo de uma viagem no alto Rio Negro, na Amazónia profunda, o realizador busca uma língua imposta aos índios pelos antigos colonizadores. Através desta língua misturada, o nheengatu, e dividindo a filmagem com a população local, o filme constrói-se no encontro de dois mundos.

Deslocações
23 OUT / 21:00 / Culturgest / 172’

A história de um homem em viagem aos confins da Sibéria. Conheceu o amor há 10 anos, em Paris, mas perdeu-o. Poderá esta paisagem gelada e os seus habitantes devolver-lho? Vai pedir aos homens e mulheres que habitam nessas aldeias siberianas para lhe contarem a sua própria experiência do amor. São as pessoas que conhecem o desastre, o frio e o álcool. Aqueles que também dizem “Meu amor”.

Espaços da Intimidade
24 OUT / 16:00 / Culturgest / 157’

Uma tarde com o músico, compositor, poeta, sociólogo e pensador Negro Leo. Ele expressa as suas ideias sobre o desenvolvimento da música bem como sobre a política brasileira e internacional, a ascensão das religiões neopentecostais e a sua obsessão pelas redes sociais, fazendo um paralelo com a sua própria vida.

Ficaram Tantas Histórias por Contar
24 OUT / 21:30 / Culturgest / 105’

A partir da rememoração de um professor de língua portuguesa na actualidade, vamos seguir Manuel, o seu pai, ex-combatente da guerra colonial, constantemente atormentado por essas lembranças. Iremos com ele até ao fundo dos lugares físicos que o obcecam – dos quartéis da formação até aos lagos e jardins da sua juventude e enamoramento – bem como ao abismo da sua memória – a guerra e a paixão juntas, indestrinçáveis, numa batalha que pergunta ou grita as imemoriais dúvidas existenciais.

Arquivos do Presente
25 OUT / 16:00 / Culturgest / 60’

Filmado entre 2016 e 2019, Chelas nha kau revela as várias camadas do que significa ser jovem num bairro social e deixa descobrir um grupo de amigos para quem “Chelas é a capital de Lisboa e Lisboa é a capital de Portugal”. Chelas City é um rap composto pelo colectivo de jovens Bataclan 1950 que, pelas suas rimas, nos deixam entrar no seu mundo.

De Onde Venho, Para Onde Vou
25 OUT / 19:00 / Culturgest / 73’

Nunca se poderá medir o legado de Stanley Kubrick ao cinema. Foi um gigante no seu campo e as suas extraordinárias produções assemelham-se a obras de arte cristalinas, estudadas tanto por alunos como por mestres, todos em busca de respostas por cuja relutância em dar o seu criador era famoso. Apesar de ser um dos cineastas mais analisados de sempre, era raro ter a oportunidade de ouvir o próprio a falar – até agora.

Espaços da Intimidade
3–9 dez

Os espaços pelos quais navegamos são organizados de acordo com noções de intimidade. Movemo-nos numa lógica de proximidade, numa métrica constante de relação entre diferentes esferas privadas e o interstício entre elas.

A unidade de intimidade mais próxima, o eu, está em constante relação com o outro, seja este uma pessoa ou uma paisagem. Projectam-se memórias e emoções no mar ou nas montanhas. Ou cria-se uma relação entre desconhecidos numa cidade também ela estranha. Às vezes, até com a própria cidade e as suas catacumbas. Ou revisita-se um lugar outrora familiar, mas agora totalmente irreconhecível. A dor, a perda, o amor e o desejo podem também chegar ao outro num gesto de partilha, criando-se pontes de ligação e atenuando um pouco a solidão.
A família, esse núcleo de relações íntimas que são uma constante negociação de proximidade, impregnadas com códigos próprios, é questionada através de diferentes pontos de vista.
A casa ou o país natal, lugares que circunscrevem e determinam identidades, são conceitos permutáveis na vida de alguém. Onde pertencemos? O que nos pertence?
Explora-se assim a tensão constante entre o exterior e o interior, a justaposição entre as vidas privadas e as narrativas públicas.

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3 DEZ / 20:30 / Cinema Ideal / 99’

“O primeiro passo da melomania é uma birra” é o raciocínio que serve como ponto de partida de uma exploração das relações entre música, harmonia, melodia, timbre e cultura. Em I by You by Everybody, a coreógrafa Seung Yoon decide realizar um filme sem qualquer experiência. Nesse processo, dão-se encontros que capturam o que é a arte, a juventude e a amizade.

4 DEZ / 20:30 / Cinema Ideal / 108’

Uma alucinante viagem por Paris: pelo subsolo, em Underneath, através das artérias internas da cidade, percorremos os túneis e os esgotos guiados pelos que fazem deste o seu lugar; em This Is Paris Too, a câmara-corpo de Lech Kowalski percorre as zonas mais pobres de Paris ao lado de um indígena norte-americano, as zonas dos refugiados e sem-abrigo com quem conversam.

5 DEZ / 10:30 / Culturgest / 77’

O filme testemunha as últimas rotinas no quotidiano do bairro social do Aleixo, marcadas pela tensão de um destino forçado. Entre a queda da primeira e da última torre, o processo de demolição arrasta-se durante anos, deixando as vidas dos moradores em suspenso. Obrigados a aceitar o fim da sua comunidade, assistem de forma impotente à lenta desfiguração do seu passado.

5 DEZ / 11:00 / Cinema Ideal / 84’

Numa casa inacabada, a leitura da sua Memória Descritiva e a recolha de arquivos sobre o processo de construção despertam fragmentos de memórias incertas. Entre 1984 e 2019, Lynne Sachs filmou o pai, bon vivant e próspero homem de negócios. Film About a Father Who é a tentativa de compreender o que liga uma família para além do que se construiu à superfície.

6 DEZ / 10:30 / Culturgest / 83’

A 13 de Dezembro de 1968, a ditadura militar do Brasil passou o Acto Institucional n.º 5, que marcou o começo da fase mais repressiva e violenta do regime. Duas semanas mais tarde, o cantautor Caetano Veloso foi preso. Cinquenta anos depois, faz um retrato íntimo e detalhado dos seus dias na solitária, recorda e interpreta canções que marcaram o período do seu encarceramento e revisita acontecimentos dolorosos. Caetano também apresenta informação nova produzida pela ditadura sobre as razões da sua detenção, ajudando a explicar a brutalidade arbitrária desse período da história brasileira.

6 DEZ / 11:00 / Cinema Ideal / 100’

Uma câmara de vídeo capta movimentos fugazes. as sombras e os seus nomes parte de textos de Walter Benjamim para reflectir sobre a relação entre imagens, nomes e conhecimento. Em The Missing One, a câmara é também o que aproxima. Após anos separados, Rareş Ienasoaie faz este filme para voltar a conhecer a sua irmã mais velha, isolada pelo vício de morfina.

7 DEZ / 11:00 / Cinema Ideal / 103’

Uma abordagem intimista à experiência da doença de Alzheimer numa mulher de 95 anos e a sua relação com o que a rodeia. A tensão entre a lucidez e a demência configurará uma nova noção de pessoa, capaz de viver e entender o mundo de outra maneira.

7 DEZ / 19:00 / Culturgest / 94’

Dois filmes que se constroem a partir dos fantasmas que habitam uma paisagem. Em O que não se vê, Paulo Abreu revisita filmagens de um projecto cancelado e encontra uma narrativa sobre a amizade e o cinema. Northern Range mostra-nos as transformações na costa francesa, entre Dunquerque e Calais, porque o tempo apaga o que as pessoas constroem.

8 DEZ / 10:30 / Culturgest / 95’

Dois refugiados sírios de duas guerras distintas reconstroem o seu lar. Em Quneitra 74, Mohammad Malas segue uma mulher que regressa à sua casa entretanto destruída, num grito mudo pelo direito ao lugar. Em Gevar’s Land, 46 anos depois, e a milhares de quilómetros, numa horta comunitária em França, apesar da seca, renasce a esperança.

8 DEZ / 11:00 / Cinema Ideal / 95’

“Silence é um filme pessoal, íntimo e uma espécie de diário. É uma crença apaixonada na vida, no amor e no cinema. Uma mulher conhece um homem em sítios diferentes, tempos diferentes e com disposições diferentes. Um filme para meditar.” Michael Pilz

9 DEZ / 17:00 / Culturgest / Mesa Redonda

Propõe-se uma conversa entre vários intervenientes do sector que apresente o contexto actual e na primeira pessoa do que significa produzir cinema em Portugal. Numa ideia de um passado consistente e de um presente vivo, que futuro nos trará a produção cinematográfica portuguesa?

9 DEZ / 19:00 / Culturgest / 76’

A Vida em Comum acompanha um período da vida do casal Poeta e Belinha, de origem cabo-verdiana, que reside numa comunidade a ser desmantelada: o Bairro do Barruncho, em Odivelas. Com todas as incertezas do futuro, Poeta e Belinha tratam dos seus animais, cuidam das suas colheitas e adaptam-se às alterações diárias.

9 DEZ / 20:30 / Cinema Ideal / 73’

O sentimento toma forma em três contos sobre estar junto, separado. O memorial de Bohdanowicz a um amigo perdido navega por sinais, obras de arte e memórias com candura coreográfica. Os dois jovens bailarinos de Prologue interpretam um pas de deux com os respectivos futuros perante o olhar intenso da câmara. Episodes – Spring 2018 faz das trocas do seu elenco um cinema indagador e vital, proporcionando um retrato de grupo informal de cumplicidades e distância, corpos e mentes.

Deslocações
5–11 nov

O cinema, enquanto imagem em movimento, é o proponente máximo da impermanência. Do ecrã percepcionamos uma série de momentos fixos no tempo como um todo em constante mutação. Desse movimento surge o sonho, a ideia, que alimenta por sua vez essa imagem, tornando cada filme uma máquina impossível de movimento perpétuo. Essa impermanência do próprio cinema torna-o na ferramenta perfeita para captarmos o estado de constante transição do mundo e dos indivíduos.

Em This Day Won’t Last, Mouaad el Salem diz que espera que o próximo ano seja melhor do que este, que um homem jovem pode ser uma mulher idosa e que um pesadelo pode ser também um sonho. Neste programa, reunimos vários filmes onde se questiona o quão sólidos são os conceitos de identidade, de espaço e de tempo. Seja por convulsões pessoais, como em Beynimdəki Mismarlar, ou por evoluções sócio-políticas, como em Aphasia.
Mudamo-nos, transformamos quem somos, tanto numa procura de honestidade pessoal como para nos adaptarmos a expectativas exteriores a nós. E viajamos à procura das nossas origens, para tentarmos saber um pouco melhor para onde vamos.
Unidades de tempo, como as estações ou os anos, ajudam-nos a encontrar sentido nesse movimento, numa tentativa infantil de controlarmos o futuro. Movemo-nos também sempre em relação aos outros, questionando a nossa posição. Mas, acima de tudo, qualquer lugar é circunstancial, seja fora ou dentro de nós.

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5 NOV / 20:00 / Cinema Ideal / 103’

Estabelecendo relações entre o colonialismo belga, o anti-semitismo austríaco e a guerra da Jugoslávia, Aphasia debate-se sobre a dificuldade em discutir colectivamente momentos traumáticos da nossa história. Em Ubundu, a realizadora canta as marcas coloniais da existência de um ocapi no zoo de Antuérpia.

6 NOV / 19:00 / Culturgest / 134’

O realizador entrega ao irmão uma mala velha que trouxera de casa da mãe deles após a sua morte. Aí, encontram documentos que ligam os seus avós russos à inteligência soviética em Paris antes da Segunda Guerra Mundial. De Paris à Rússia, os irmãos deambulam pelas ruínas de mundos perdidos e histórias por contar. Conversam, cantam, bebem, encontram-se com muitas pessoas, amigos, testemunhas, historiadores, desencantando relatórios de contra-espionagem, testemunhos da vida quotidiana soviética, memórias do Gulag… Os medos do passado remoto ressurgem como fantasmas e parecem mais próximo de nós do que o esperado.

6 NOV / 20:00 / Cinema Ideal / 80’

Um jovem deambula pelas ruínas do que pode ou não ser a sua casa de infância, onde cada umbral a desmoronar-se abre para o passado. Independentemente do quanto tentou mudar, o jovem regressa sempre aos mesmos sítios, às mesmas questões, aos mesmos rostos, às mesmas memórias – os mesmos pregos no cérebro.

7 Nov / 16:00 / Culturgest / 83’

Em Carbón, Nivardo e Ismael têm 70 anos e sobrevivem produzindo carvão. Noite após noite, os dois amigos participam num processo de transformação, escondidos atrás do fumo denso. Field explora as relações entre um campo e os dois irmãos agricultores que o trabalham. Ao longo das estações, guiam-nos pelo trabalho e a memória, interrogando o presente e o futuro.

7 NOV / 19:00 / Culturgest / 123’

Uma casa está em chamas. Todas as casas. Uma viagem resulta em várias viagens e essa é sem regresso. Muitas mulheres falam. Contam as suas histórias. A perda, a morte e a luta por ser, ao lado dos outros.

7 NOV / 20.00 / Cinema Ideal / 84’

Navegar, tornar-se, transformar. Escolhas, sonhos, desejos – de um jogo de “preferias” ao dilema existencial do futuro. Um filme construído através de perguntas e respostas lúdicas. Vidas a desenrolarem-se num Verão russo indolente. Uma longa noite com uma jovem artista, nadando em águas cúmplices com aspirações, cinismo e inteligência digital. Uma encruzilhada na vida de um jovem adulto, cujo futuro exige contemplar o sentido de identidade.

8 NOV / 15:00 / Culturgest / 121’

Making a Living in the Dry Season é um retrato intimista de uma família que vive da agricultura e da pastorícia no Namibe, Angola. Em virar mar / meer werden, a água é uma metáfora física e metafísica para a existência humana. Entre o Sertão brasileiro e os pântanos de Dithmarschen no Norte da Alemanha, observam-se os dramas do quotidiano em tempo de mudanças climáticas.
– Em parceria com o Goethe Institut

8 NOV / 19:00 / Culturgest / 112’

Nesta sessão, o olhar dos cineastas medita sobre a paisagem, a intervenção humana e a poesia. Luciana Fina filmou durante o confinamento, interrogando a paisagem alentejana ameaçada. Em A Man Leaning, a dupla de cineastas revisita os locais onde viveu Thierry Metz, suicidado em 1997, procurando o rasto da sua poesia no sudoeste da França.

Poética da Sobrevivência
8 NOV / 20:00 / Cinema Ideal / 73’

4 filmes de confronto: em This Day Won’t Last, um rapaz queer na Tunísia mapeia espaços de resistência que permitam a sobrevivência; em Language, not territory, mulheres de diferentes lugares do mundo falam-nos do seu crescimento sob o capitalismo; em Trópico de Capricórnio, prostitutas transexuais de São Paulo em frente à câmara contam desejos que desenham outros mundos; no embate final, Antelopes, eles e nós contra os instrumentos de vigilância.

9 NOV / 20:00 / Cinema Ideal / 103’

Dois filmes interrogam o modo como habitamos o mundo. Sem sair de casa, A Resistência Íntima detém o olhar sobre objectos e gestos, misteriosos na sua banalidade. Daniel Kötter, pelo seu lado, viaja até à periferia de Adis Abeba, em plena transformação à medida que se terraplanam zonas rurais para construir novos bairros para pobres e ricos.

10 NOV / 20:00 / Cinema Ideal / 86’

Locais tornam-se cenários para o desenrolar de vidas num quarteto de filmes que flutuam entre a intimidade e a distância, cruzando curiosidade e liberdade com estrutura e assunto. Irmãos navegam uma paisagem urbana; uma mistura de personagens e um cão falante vivem entre sete cidades, karaoke e o apocalipse; adolescentes testam e criam laços durante a interrupção; uma narradora deslocada procura sinais e símbolos enquanto atravessa terras que foram outrora oceano.

11 NOV / 20:00 / Cinema Ideal / 102’

Retratos de casais, amigos, famílias e animais com os seus donos. Partilham a intimidade dos dias, os hábitos, as crenças, os gostos e alguns traços físicos. A partir dos seus rostos e da coreografia dos gestos, descobrimos a história que os enlaça, convocando o discurso de Aristófanes no Banquete de Platão: “Não será a isto que vocês aspiram — a identificarem-se o mais possível um ao outro, de forma a não mais se separarem noite e dia? Se é essa a vossa aspiração, estou disposto a fundir-vos e soldar-vos numa só peça, de tal modo que, em vez de dois, passem a ser um só”.

Ficaram Tantas Histórias por Contar

O antropólogo haitiano Michel-Rolph Trouillot, no seu livro Silencing the Past (1995), questiona como o poder opera na produção de narrativas históricas. Trouillot argumenta que estruturas de poder desiguais criam e reforçam narrativas que contêm diversos silêncios. Esses silêncios encontram-se não só no resultado da investigação académica da história mas também nas próprias fontes, nos arquivos e na forma como as sociedades se lembram do passado, estabelecem significados históricos e contam as suas (hi)estórias.

Uma luz branca inunda as imagens de Anunciaron tormenta e, encandeados, semicerramos os olhos. É um gesto automático que usamos para ver melhor, porque, de repente, somos expostos a algo para o qual não estávamos preparados e assim adaptamo-nos, abrimo-nos a uma reinterpretação das nossas suposições. Este programa constrói-se a partir de uma rede de filmes que trazem luz aos cantos mais escuros da história, seja esta de um país, de uma cultura ou de uma pessoa. São filmes que partem de materiais diversos, arquivos familiares, found footage, diários ou textos artísticos, processados a partir de diferentes pontos de vista sociais e políticos, com foco nas questões de identidade e memória. Sempre em relação ao futuro que essas histórias moldam.

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18–24 FEV / Online / 99’

A Morte Branca do Feiticeiro Negro é um ensaio poético visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo negro em diáspora, numa jornada íntima e sensorial. A Storm Was Coming confronta e questiona os arquivos sobreviventes que documentam a morte misteriosa de Ësáasi Eweera, o último líder do povo bubi da ilha de Bioco, na Guiné Equatorial.

Q&A / 18 FEV / 21h
Com a participação de Rodrigo Ribeiro (A Morte Branca do Feiticeiro Negro) e Javier Fernández Vázquez (A Storm Was Coming)
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa)
18–24 FEV / Online / 104’

A história de uma sociedade distópica de dez Números presos em rotinas diárias reguladas por regras rígidas estabelecidas por uma divindade omnipresente, o Grande Zero, e impostas por Juízes armados. Neste mundo escrupulosamente ordenado, houve um erro que levou à criação de um novo mundo. Será melhor do que o anterior?

Q&A / 19 FEV / 21h
Com a participação de Oleg Sentsov
Moderação Miguel Ribeiro (Director Doclisboa)
18–24 FEV / Online / 79’

México, Março de 2015. Carmen Aristegui, jornalista incorruptível, é despedida da estação de rádio onde trabalha há anos. Mas Carmen prossegue com a sua batalha: consciencializar e lutar contra a desinformação. O filme conta a história dessa missão difícil e perigosa, mas essencial para a saúde da democracia. Uma história em que a resistência se torna numa forma de sobrevivência.

Q&A / 20 FEV / 21h
Com a participação de Juliana Fanjul
Moderação Ana Pereira (Doclisboa)
18–24 FEV / Online / 175’

Um ensaio totalmente constituído por fotografias de arquivo e documentos do primeiro grande massacre de judeus na Roménia: na cidade de Iași, a 29 de Junho de 1941, foram mortos mais de 10 000 – primeiro, à bala; depois, por asfixia em comboios de mercadorias. Na primeira parte do filme, fotografias das pessoas que acabaram por ser mortas pelo exército romeno e por civis são acompanhadas por vozes que recitam os documentos relacionados com o destino do massacre. A segunda parte é uma montagem das restantes fotografias do massacre em si (tiradas na sua maioria por soldados alemães que estavam na cidade).

Q&A / 21 FEV / 21h
Com a participação de Radu Jude
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa) e Paulo Catrica (Instituto de História Contemporânea - FCSH-UNL)
18–24 FEV / Online / 90’

Há duas décadas que as vítimas da Guerra dos Seis Dias na República Democrática do Congo lutam em Kisangani pelo reconhecimento desse conflito sangrento e exigem uma indemnização. Cansadas de apelos infrutíferos, decidiram finalmente expressar as suas exigências em Quinxasa após uma longa viagem pelo Rio Congo abaixo.

Q&A / 22 FEV / 21h
Com a participação de Dieudo Hamadi
Moderação Amarante Abramovici (Programadora Doclisboa)
18–24 FEV / Online / 101’

Um arqueólogo e um criador de armas encontram-se no deserto do Neguev e começam a discutir o amor e a guerra. O filme prossegue com actores diferentes em papéis diferentes – uma dança de roda que nos leva às cidades de Atenas, Berlim, Honguecongue e São Paulo. Os personagens incluem um artista de idade que encontra o seu eu mais novo, uma mãe que vive com os dois filhos crescidos (um padre e um polícia), uma mulher chinesa e uma mulher japonesa, um curador e um cosmólogo. Os diálogos abordam tabus sociais actualmente obsoletos, conflito geracional, culpa de guerra e meditações cosmológicas.

Q&A / 23 FEV / 21h
Com a participação de Heinz Emigholz
Moderação Justin Jaeckle (Programador Doclisboa)
18–24 FEV / Online / 106’

Mohammad Malas, cineasta sírio maior, conta-nos o seu percurso, marcado por sucessivas guerras, em Unlocking Doors of Cinema. Documentário e ficção cruzam-se e contaminam-se no seu cinema. Em The Dream, Malas pede a refugiados palestinianos que contem os seus sonhos. O massacre de Sabra e Chatila interrompe o projeto, que só será concluído em 1987.

Q&A / 24 FEV / 19h
Com a participação de Nezar Andary e Yann Seweryn (realizador e director de fotografia de "Unlocking Doors of Cinema")
Moderação Tomás Baltazar (Programador Doclisboa)
Arquivos do Presente

O cinema possui um impulso arquivístico inerente. Partindo da impossibilidade de lidarmos com o presente ou o futuro sem nos relacionarmos com o passado, e estando este em permanente construção, desenhamos um programa em que os filmes apresentados não só lidam com diferentes materiais de arquivo como são também eles próprios arquivos autónomos e dinâmicos. Com a sua própria produção de imagens, narrativas, testemunhos e, inclusive, acções políticas e sociais, são filmes que se abrem a futuras redescobertas e re-significações.

Construímos o programa com gestos que cristalizam momentos: seja a primeira mudança de governo no Burquina Faso através de processos democráticos em Après ta révolte ton vote; a revolta de uma geração sob o jugo da ditadura em Antena da Raça; a travessia do Mar Mediterrâneo por um barco de refugiados em Purple Sea; ou os pequenos instantes de intimidade em With Love – Volume One 1987-1996.
São filmes que se multiplicam em diversas identidades – documento, prova, memória, registo – numa constante arqueologia do presente, numa luta contra o esquecimento, questionando o passado e o futuro.

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25 FEV–3 MAR / Online / 71’

O filme apropria-se e discute a realidade brasileira com base em diálogos, excertos e cenas dos filmes viscerais de Glauber Rocha e no seu desejo de “retirar as máscaras” da saga terceiro-mundista do Brasil. A loucura lúcida das fábulas glauberianas está na rua e na política, sendo o povo hoje o contra-campo dos personagens dos seus filmes.

Q&A / 25 FEV / 21h
Com a participação de Paloma Rocha e Luís Abramo
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa) e Giulia Strippoli (Instituto de História Contemporânea, NOVA FCSH)
25 FEV–3 MAR / Online / 87’

No Burquina Faso, Simplice Ganou faz filmes a partir de relações humanas, mas, na Suíça, estabelecer essas relações é o maior desafio. Em The Filmmaker’s House, dois construtores ingleses retiram a cerca que separa a casa do realizador da vizinha paquistanesa enquanto um sem-abrigo eslovaco tenta convencer a empregada doméstica colombiana a deixá-lo abrigar-se ali.

Q&A / 26 FEV / 21h
Com a participação de Simplice Herman Ganou e Marc Isaacs
Moderação Tomás Baltazar (Programador Doclisboa)
25 FEV–3 MAR / Online / 112’

Huerta de Valencia é um local privilegiado de agricultura mediterrânica. Tem sobrevivido até hoje, mas foi-se deteriorando nas últimas décadas. “A Huerta está a morrer”, alegam os produtores. Um dos últimos é Antonio Ramon. Camagroga acompanha o trabalho deste e da filha ao longo de um ano inteiro. O filme é uma elegia sobre o trabalho, a terra, a tradição e a resistência.

Q&A / 27 FEV / 21h
Com a participação de Alfonso Amador
Moderação Amarante Abramovici (Programadora Doclisboa)
25 FEV–3 MAR / Online / 83’

Bulletproof analisa as complexidades da violência nas escolas através das estratégias empregues para a sua prevenção. O filme atenta nos rituais de longa data dentro e em torno das escolas americanas: desfiles de regresso a casa, treinos de basquetebol e aulas de matemática. Em paralelo, desenrola-se um conjunto de tradições mais recentes: exercícios de encerramento, treino de armas de fogo para professores, rastreios com detectores de metais e feiras de segurança escolar. Um olhar para lá das causas e respostas imediatas aos massacres numa meditação sobre as forças que moldam a cultura de violência nos EUA.

Q&A / 28 FEV / 21h
Com a participação de Todd Chandler
Moderação Miguel Ribeiro (Director Doclisboa)
25 FEV–3 MAR / Online / 85’

No seguimento de um levantamento popular em Outubro de 2014, o Burquina Faso compromete-se com um voto histórico. Graças a um movimento liderado pela geração jovem, é a primeira vez que o país testemunha uma mudança de governo por via das urnas eleitorais.

Q&A / 1 MAR / 21h
Com a participação de Kiswendsida Parfait Kaboré
Moderação Amarante Abramovici (Programadora Doclisboa)
25 FEV–3 MAR / Online / 82’

De acordo com o mito ainda vigente nas cidades de carvão da Patagónia, se uma mulher entrar numa mina, a terra fica ciumenta. Segue-se colapso e morte. O filme parte de uma experiência pessoal sombria para se centrar no silêncio de mulheres que vivem em aldeias de homens. Como filmar onde a própria presença é proibida? Como registar os ecos do que não soa? Com o nevoeiro e o fumo da central eléctrica a cobrir a cidade, as vozes das mulheres de Río Turbio forçam a passagem entre o branco do gelo e o zumbido das máquinas de perfuração até rebentarem com a estrutura de silêncio.

Q&A / 2 MAR / 21h
Com a participação de Tatiana Mazú González
Moderação Miguel Ribeiro (Director Doclisboa)
25 FEV–3 MAR / Online / 66’

“Vejo tudo”, diz ela, como se fosse uma maldição. O sol a brilhar, o céu azul. O mar está calmo. Zumbido de vozes. Um frenesim de imagens, rodopios, cabeça para baixo, sacudidelas. Pessoas no barco, na água, gritos, coletes salva-vidas, apitos de emergência. Laranja fluorescente. Deixa de haver horizonte, céu, cima e baixo, só profundidade e nada a que se agarrar. Ela está a filmar e a falar. Com ele, com ela própria, connosco, talvez. Vão-se foder todos! Ela fala, enfurece-se e filma, para vencer o cansaço, o frio, o facto de não haver ajuda a caminho. Para vencer a morte, só para que reste alguma coisa.

Q&A / 3 MAR / 21h
Com a participação de Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa)
De Onde Venho, Para Onde Vou

Vários são os momentos em que, individual ou colectivamente, o próximo passo nos incita a declarar quem somos, de onde vimos. É desse momento concreto que parte este programa, o momento de contar armas e saber que daqui para a frente nada será igual – ou talvez até seja, mas haverá sempre a profunda consciência do ímpeto da viragem.

Convocamos, então, filmes que se debatem com momentos chave da vida: seja a antecipação da transformação absoluta da vida de Bea nos dias que antecedem o parto em Tiempos de deseo; seja juntando-nos aos encontros semanais de leitura de Em Busca do Tempo Perdido de um grupo de idosos de Buenos Aires em El tiempo perdido; seja regressando ao Grand Opera, an Historical Romance, de James Benning, e à obsessiva busca de uma história pessoal nos encontros com as pessoas e espaços do passado.
No final, a sensação de que talvez esses momentos não sejam actos tão extraordinários assim, a sensação de que talvez toda a vida seja uma dialéctica entre o que aqui nos trouxe e o que faremos com isso – tanto naqueles momentos que nos marcam como naqueles que guardaremos porque a câmara ali se deteve, para nos dar as imagens com as quais continuaremos a trilhar os nossos caminhos.

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11–17 MAR / Online / 111’

Interpretação livre de Vincent Meessen de La Chinoise, o filme de 1967 de Jean-Luc Godard, e um “filme no processo de se fabricar” em Dacar. É concebido como uma operação de remontagem do filme de Godard, redistribuindo os papéis e as personagens e actualizando o enredo. Apesar de já não estar vivo, Omar Blondin Diop, o único verdadeiro estudante maoista no original, torna-se agora no protagonista.

Q&A / 11 MAR / 21h
Com a participação de Vincent Meessen
Moderação Miguel Ribeiro (Director Doclisboa) e Victor Barros (Instituto de História Contemporânea, NOVA FCSH)
11–17 MAR / Online / 102’

Ao longo dos últimos 18 anos, um grupo de pessoas vem-se reunindo num bar em Buenos Aires, para ler o mesmo livro uma e outra vez: Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust. Analisando as suas memórias e sentimentos com grande sentido de humor, o grupo confere ao romance um sentido novo e inesperado.

Q&A / 12 MAR / 21h
Com a participação de María Álvarez
Moderação Amarante Abramovici (Programadora Doclisboa)
11–17 MAR / Online / 114’

Gravemente ferido durante o ataque terrorista no metro de Tóquio com gás sarin em 1995, perpetrado pelo culto apocalíptico Aum, o realizador embarca numa viagem íntima e exigente com um executivo do culto, Hiroshi Araki, para registar os caminhos de vida paralelos de uma vítima e de um agressor.

Q&A / 13 MAR / 22h
Com a participação de Atsushi Sakahara
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa)
11–17 MAR / Online / 83’

Um filme feito com material encontrado sobre um casal a desfrutar de um belo dia, longos passeios e uma arma de fogo, um cobertor, sexo e arte. Faz referência a The Picnic, filme do realizador de 2007.

Q&A / 14 MAR / 21h
Com a participação de Kevin Jerome Everson e Jim Finn
Moderação Justin Jaeckle (Programador Doclisboa)
11–17 MAR / Online / 126’

Os filmes, performances, instalações e produções provocadoras de teatro, televisão e ópera de Christoph Schlingensief moldaram o discurso cultural e político na Alemanha durante duas décadas antes da sua morte, em 2010, com apenas 49 anos. O filme procura documentar de forma exaustiva o vasto espectro da obra deste artista excepcional, traçando o seu percurso de realizador púbere com uma sede de sangue artística a encenador revolucionário em Berlim e Beirute a, por fim, “artista nacional” alemão, supostamente venerado por todos e convidado a criar o Pavilhão da Alemanha para a Bienal de Veneza 2011.

Q&A / 15 MAR / 21h
Com a participação de Frieder Schlaich (Produtor de "Schlingensief - A Voice that Shook the Silence")
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa)
11–17 MAR / Online / 100’

Em Homelands, Lenka visita a terra natal da avó, que teve de fugir da Grécia durante a guerra civil grega e faleceu recentemente sem nunca ter regressado. Lenka nasceu na ex-Jugoslávia e procura os vestígios da resistência nas pessoas, nos edifícios e no solo. A abrir a sessão, Swamp é um jogo labiríntico sobre percepção.

Q&A / 16 MAR / 21h
Com a participação de Jelena Maksimović
Moderação Miguel Ribeiro (Director Doclisboa)
11–17 MAR / Online / 73’

Uma pianista de 90 anos tem uma relação especial com Brahms, cuja música toca desde o seu primeiro concerto. Ao mesmo tempo, vem participando em apresentações que combinam teatro e música de vanguarda, uma experiência que lhe proporciona uma nova abordagem à música clássica. As suas memórias de infância alimentam o seu trabalho criativo. Mantém contacto com alunos jovens e por via da sua amizade estes herdam a experiência completa de uma vida dedicada à música. Um filme sobre música e o desejo de viver uma vida mais plena, velhice e juventude promissora e o poder duradouro da passagem de testemunho.

Q&A / 17 MAR / 21h
Com a participação de Edgardo Cozarinsky
Moderação Tomás Baltazar (Programador Doclisboa)
Eu Vim de Longe
25–31 MAR / Online / 107’

Dois filmes para os que hão de vir. O filme em forma de carta que Eric Pauwels oferece à sua filha é um olhar pessoal sobre o mundo, onde o infinitamente pequeno e o universal se confundem. Em Times of Desire, Raquel Marques acompanha, num misto de intimidade e distância, a gravidez da sua amiga, num mundo em que ter um filho é uma escolha

Q&A / 25 MAR / 21H
Com a participação de Eric Pauwels e Raquel Marques
Moderação Amarante Abramovici (Programadora Doclisboa)
25–31 MAR / Online / 57’

Que passados persistem no granito dos monumentos? Com que imagens podemos manter presentes as revoluções do passado? Que violências permanecem nos rituais reinventados? Quantas possibilidades e formas tem a resistência? Quatro filmes que nos impelem a re-imaginar relações com o passado e com a história, o potencial revolucionário da memória colectiva.

Q&A / 26 MAR / 21H
Com a participação de Luis Felipe Labaki, Pilar Monsell, Vika Kirchenbauer e Agustina Comedi
Moderação Joana Sousa (Directora Doclisboa)
25–31 MAR / Online / 260’

O filme tece uma trama densa de enredos, cronologias e localizações entremeados com cosmologias indígenas, diários de viagem e escritos antropológicos. Acompanha um jovem de origem indígena em viagem rio acima através da selva brasileira a caminho de uma aldeia e um grupo de colonos europeus também em viagem rio acima, recolhendo, tomando posse e procurando uma posição de onde sondar a floresta e o rio. As duas narrativas distam cerca de 150 anos. Um tributo à vegetação abundante da região amazónica, aos bosques da Nova Inglaterra no Inverno e às populações indígenas das duas Américas.

Q&A / 27 MAR / 21H
Com a participação de Paula Gaitán
Moderação Miguel Ribeiro (Director Doclisboa) e Patrícia Sequeira Brás (Instituto de História Contemporânea - NOVA FCSH)
25–31 MAR / Online / 272’

A gestão municipal toca quase todos os aspectos das nossas vidas. A maior parte de nós desconhece ou não questiona serviços necessários como os da polícia, bombeiros, saneamento, relacionados com veteranos de guerra, apoio aos idosos, jardins, licenciamento de várias actividades profissionais, registo de nascimentos, casamentos e mortes assim como centenas de outras actividades que prestam apoio aos residentes e visitantes. O filme mostra os esforços da administração municipal de Boston para prestar esses serviços e ilustra as muitas maneiras de o Município dialogar com os seus cidadãos.

25–31 MAR / Online / 92’

Quando o cinema vira a câmara para si mesmo. Christophe Derouet constrói um retrato pessoal e parcial de André S. Labarthe, o cineasta e crítico que criou a série Cinéastes de notre temps, falecido em 2018. Nessa mesma série, descobrimos ainda Jean-François Stévenin como cineasta e a história do filme que não chegou a realizar.

Q&A / 29 MAR / 21H
Com a participação de Christophe Derouet e Gäel Teicher (Produtor de "Jean François Stévenin - Simple Men")
Moderação Amarante Abramovici (Programadora Doclisboa)
25–31 MAR / Online / 102’

“Uma cortina espessa de flocos de neve, uma criança a pintar num vidro embaciado com a ponta dos dedos, um sorriso esquivo, uma paisagem de relance, um projector a chocalhar, uma conversa na cozinha com amigos ou pés descalços a caminhar. Imagens e sons gravados por Michael Pilz entre 1987 e 1996. Movimentos, gestos e olhares captados com a câmara e o coração. As imagens revelam a natureza daquilo que filma e o observador por trás da câmara. Uma experiência pessoal radical de ver, comunicada na forma de uma carta de amor cinematográfica – à vida e aos que partilharam parte da viagem.” Michelle Koch

Q&A / 30 MAR / 21H
Com a participação de Michael Pilz
Moderação Justin Jaeckle (Programador Doclisboa)
25–31 MAR / Online / 90’

Nicolás Prividera descobre que o pai tem a doença de Alzheimer. Este filme não é um documentário “subjectivo” nem um elogio do esquecimento, mas um olhar sobre aquela orla em que a memória pessoal se funde com a memória social. Uma viagem que nos leva de um diário impenetrável que pertence à mãe a diálogos impossíveis com o pai, de filmes de família antigos aos vestígios de memórias partilhadas por cada geração, dos fantasmas da cidade à busca do culto da memória no mundo contemporâneo. Uma conclusão que regressa à origem.

Q&A / 31 MAR / 21H
Com a participação de Nicolás Prividera
Moderação Tomás Baltazar (Programador Doclisboa)
Encerramento
5 – 10 MAIO
5 MAI / 16:00 / Culturgest / 93’

Um filme sobre o modo como o império português e a sua história foram imaginados, documentados e publicitados a partir do registo fotográfico, desde o final do século XIX até à revolução que, em 1974, pôs fim ao regime político autoritário que governava Portugal.

5 MAI / 19:00 / Culturgest / 85’

Usando planos estáticos de temas recorrentes – cidade e paisagens (painéis, sinais de trânsito, ruas, paisagens industriais, botijas de gás, plataformas de perfuração de petróleo) –, o filme une-os através de cenas curtas, inserção de texto, experiências com a estética cinematográfica e pequenas homenagens a Hollis Frampton, George Landow, Michael Snow e Yvonne Rainer, que também aparecem no filme.

6 MAI / 19:00 / Culturgest / 72’

Passada numa Viena oprimida social e economicamente do início dos anos 30 e no advento do nazismo, esta peça é a história da luta de uma jovem para conseguir sobreviver na cidade, vitima de um joguete de forças que fogem ao seu controlo. Em fuga ao nazismo, Ödön von Horváth escreveu esta peça em 1932, seis anos antes da sua morte, em Paris, aos 38 anos. Os protagonistas são, entre outros, Luísa Cruz, José Airosa, Márcia Breia, Marcantonio Del Carlo e Luís Mascarenhas.

7 MAI / 19:00 / Culturgest / 113’

Enterrado na Loucura – Punk em Portugal 78-88 – A Segunda Vaga é uma alucinante viagem por este movimento. Apesar de muitas vezes declarado morto, manteve-se vivo. Este filme reúne testemunhos das principais caras do punk em Portugal. No final, toda a energia de um concerto dos Mata-Ratos na Academia de Linda-a-Velha.

8 MAI / 19:00 / Culturgest / 58’

Cinco olhares sobre a memória e a distância. Em Da Minha Janela, procura-se o exterior. Me More é a reminiscência de um sonho em que as vozes e os corpos se perdem e se encontram na natureza. Cristina confronta as memórias secretas escritas num diário com as imagens em super 8mm de uma família aparentemente feliz. 42.ZE.66 acompanha uma camionista nas estradas internacionais com a família e os amigos a ecoar em chamadas telefónicas. Em Para outra maré, as praias de Moledo e um pinhal lembram gestos passados.

9 MAI / 19:00 / Culturgest / 69’

Quatro filmes que questionam a percepção da realidade. Terraformar abre-se nas transformações entre o material, o antrópico e o cósmico. Fenómenos dão-nos a explorar paisagens urbanas em Praga Regada. O corpo mistura-se com a natureza em Semear, Ouvir, Fluir. Lembra-me da Vida Ali parte de encontros com as realizadores Catarina Mourão, Susana de Sousa Dias e Catarina Alves Costa para procurar a realidade reconstruida pelo cinema e as questões sobre a vida captada através de uma câmara.

10 MAI / 19:00 / Culturgest / 129’

Numa torrente de imagens e sons de arquivo acompanhados de excertos das suas próprias obras e filmes, Ottinger ressuscita os velhos Saint-Germain-des-Prés e Bairro Latino com os seus cafés literários e clubes de jazz e revisita encontros com exilados judeus, a vida com a sua comunidade artística, a visão do mundo dos etnólogos e filósofos parisienses, as convulsões políticas da Guerra da Argélia e do Maio de 1968 e o legado da época colonial. “Segui as pisadas das minhas heroínas e dos meus heróis”, conta Ottinger. “Onde quer que os tenha encontrado, é aí que surgirão neste filme.”