Apesar de existirem nos países nórdicos diferentes escolas (tanto geográficas como geracionais), diferentes autores com estilos próprios, também existe hoje um sistema comum, de pé há mais de uma década, que deu um novo impulso à produção do documentário nesses países.

Este sistema partiu do reconhecimento de interesses comuns :

• A criação de uma agência de promoção: a Filmkontakt Nord.
• A criação de um festival de cinema documental dos países nórdicos, o Nordisk Panorama, com capital itinerante entre os vários países.
• A criação de um fundo comum de apoio à produção, o Nordik Film and TV Fund, financiado pelas televisões e pelos institutos desses quatro países (e também da Islândia).

A programação VENTO NORTE é uma visita aos resultados deste laboratório de produção nos últimos anos. Um universo onde convivem bem o documentário clássico (Jan Troel) e o documentário contemporâneo mais provocador (Erik Gandini).

Apesar de todas as diferenças de estilo entre os vários autores, é recorrente, no conjunto dos filmes apresentados, uma preocupação narrativa muito próxima da narrativa ficcional. Grande parte do documentário nórdico tem uma construção, uma montagem e uma utilização da música inspirada na narrativa ficcional – sobretudo de origem norte-americana (e que nada tem a ver com o documentário mainstream norte-americano).

A programação VENTO NORTE estará associada a um pequeno almoço profissional no doclisboa onde será levantada a questão do "exemplo nórdico".

Será que o sistema de colaboração entre diferentes países no Norte da Europa é um modelo aplicável à Península Ibérica?