Franz Kafka (1883-1924) foi um dos autores mais relevantes da literatura na primeira metade do séc. XX, tendo deixado um legado que continua a influenciar inúmeros criadores, nomeadamente quando falamos de temas e géneros como o existencialismo, relações de poder, a alienação, entre outros. Ao longo dos mais de 20 anos de Doclisboa, esta influência tem estado presente na programação do festival, incluindo filmes que tratam abertamente as mesmas temáticas, as obras literárias ou até o próprio Kafka.
Não vemos melhor maneira de assinalar o mês dos 100 anos da sua morte do que recordando títulos como ‘Metamorfoses’ (2007) de Bruno Cabral, parte da 5ª edição do Doclisboa, que acompanha diferentes membros da atípica Companhia Crinabel Teatro na preparação da sua próxima peça, inspirada na obra “Metamorfose”, de Kafka.
O filme ‘Caterwauling’ (1960) de Věra Chytilová, inserido na retrospetiva dedicada à realizadora na 15ª edição do festival, onde Chytilová se inspira nos escritos de Franz Kafka para contar a história do Sr. K, que guarda jóias roubadas em casa e raramente deixa a mulher usá-las. Tudo muda quando um vizinho abelhudo, o Sr. B, faz uma visita sem avisar. Um gato observa tudo.
‘Kafka for Kids’ (2022) de Roee Rosen, integrada na secção Riscos em 2022, é um primeiro episódio para uma série de televisão cujo objectivo é tornar os contos de Kafka perceptíveis para crianças pequenas.
No Doclisboa, como na obra de Kafka, O Processo é uma constante busca pelo diferente que se faz no mundo, especialmente no mundo do cinema. Boas leituras.