Foto: Gonçalo Castelo Soares/Doclisboa
A produtora e programadora Paula Astorga é a nova directora do Doclisboa. Astorga dirigiu a Cineteca Nacional do México de 2010 a 2014, onde esteve a cargo da sua total renovação. Ao longo de uma extensa carreira em que trabalhou com inúmeras instituições em diversos países, tem desenvolvido um importante trabalho de atenção aos processos de criação, aos modos de programação e exibição, e à criação de contextos de encontro entre o cinema e os seus públicos.
Paula Astorga sucede no cargo a Miguel Ribeiro, director que cresceu juntamente com o próprio festival em diversas capacidades, participando de forma fundamental na sua configuração enquanto espaço internacional aberto ao cinema contemporâneo, abrindo caminhos e desafiando o seu tempo. “Ao longo de 11 anos, o Doclisboa foi onde vivi muitos dos momentos mais gratificantes da minha vida – a nível profissional, artístico, humano, afectivo. Aqui, trabalhei com algumas das pessoas mais extraordinárias com quem se pode trabalhar e foi uma honra dirigir o festival nestas quatro edições. Juntamente com a equipa, atravessámos tempos desafiantes e é com alegria que vejo o Doclisboa persistir como lugar vivo e pulsante, atravessado pelo mundo e como ponto de encontro certo para a inquietação e imaginação de futuros. É com enorme entusiasmo e total confiança no futuro do Doclisboa que vejo a Paula Astorga assumir a sua direcção”, diz Ribeiro, que passará a coordenar e programar a Casa do Comum do Bairro Alto.
Paula Astorga, por seu turno, está entusiasmada com o novo desafio profissional: “É com grande emoção que abraço esta oportunidade única de fazer parte da celebração que é o Doclisboa, um espaço onde se trabalham extraordinárias possibilidades de intercâmbio e onde tenho visto convergir, em diferentes contextos, as vozes e os olhares dos lugares que habitamos como pensadores críticos, como cinéfilos, como espectadores e como criadores. O Doclisboa é um espaço de intercâmbio de grande riqueza conceptual, filosófica, estética, social e plural com o qual partilho as mesmas preocupações, aspirações e objectivos que têm acompanhado os meus anos de trabalho e a minha visão. Com entusiasmo e empenho, espero que, sob a minha direcção, o Doclisboa continue a consolidar-se como uma referência para os seus públicos, para Portugal e para todo o ecossistema do cinema independente no mundo.”
Sobre a escolha da nova directora, a direcção da Apordoc revela total confiança no seu perfil e no futuro do projecto. “Paula Astorga pareceu-nos unanimemente o nome acertado para dirigir o festival: uma aposta em completa sintonia com a nossa visão do documentário. Saber que abraçou de corpo e alma o desafio que lhe lançámos, deixa-nos felizes e confiantes. Sabemos da grande responsabilidade que é dar continuidade a um projecto que atingiu a maturidade e a desenvoltura do Doclisboa, que a cada edição se renova, mantendo a fragilidade necessária perante uma realidade que nunca cessa de mudar e surpreender. A nossa escolha converge não só no ponto de vista político mas, e sobretudo, na sabedoria e cumplicidade em relação ao cinema de que Paula Astorga já deu muitas vezes provas. Estamos certos de que ter Astorga a dirigir o Doclisboa será uma inspiração para a inteligência e sensibilidade de todos nós.”
O Doclisboa encerra hoje a sua 21ª edição. Em 2024, já sob direcção de Paula Astorga, o festival regressa à cidade de 17 a 27 de Outubro, o mês em que o mundo inteiro cabe em Lisboa.