Masha Chernaya (The Shards), vencedora do Grande Prémio Cidade de Lisboa
Foto: Eduardo Martins — Doclisboa
Foram anunciados os vencedores dos prémios da 22ª edição do Doclisboa, que acaba amanhã. Na Competição Internacional, o Grande Prémio Cidade de Lisboa foi entregue a Masha Chernaya, pelo filme The Shards, por ser, nas palavras do júri, “um filme que mergulha numa realidade definida não com a intenção de meramente a documentar mas com o propósito de lhe extrair um sentido através da poética organizada das suas imagens”. Em ex aequo, Fire Supply, de Lucía Seles; e The Anchor, de Jen Debauche, foram distinguidos com o Prémio CUPRA do Júri da Competição Internacional. Se o filme de Seles é “um gesto cinematográfico de artesanato radical, um folhetim urbano cómico e triste que reflecte a disfunção da vida nas grande cidades contemporâneas”, Debauche traz-nos “uma viagem que combina imagens, palavras, revelações íntimas e a experiência da natureza, para expôr uma vislumbre único da alma de uma mulher e proporcionar um espaço para repensar a fragilidade psíquica”.
Na Competição Portuguesa, o Prémio MAX distinguiu O Palácio de Cidadãos, filme de Rui Pires, que, “oferecendo um retrato cinematográfico detalhado da Assembleia da República Portuguesa, analisa os riscos e os desafios da democracia de forma cativante, espirituosa e perspicaz”. O Prémio Sociedade Portuguesa de Autores do Júri foi para As Noites ainda cheiram a Pólvora, de Inadelso Cossa: “Ao navegar habilmente através de diferentes fragmentos de memória, procurando a verdade, o realizador traça a narrativa política do seu país”, nota o júri. Já o Prémio Escola foi atribuído, pelo júri da ETIC a Estou Aqui, de Zsófia Paczolay e Dorian Rivière, por “ [transmitir] com sucesso a dor, a resiliência e a esperança das pessoas”.
Na Competição Transversal, The Anchor, de Jen Debauche, voltou a ser distinguido, desta vez com o Prémio Revelação Canais TVCine. Nota ainda para a Menção Honrosa que premiou Dad’s Lullaby, de Lesia Diak, em que, “a vulnerabilidade, mais do que exposta, mais do que colocada ao serviço do cinema, é generosamente oferecida como fundamental elemento da vida”. O Prémio Lugares de Trabalho Seguros e Saudáveis foi para Favoriten, de Ruth Beckermann, por levantar questões “particularmente oportunas para se pensar nestes tempos convulsos que precisam de mais integração e menos ódio”, havendo ainda uma Menção Honrosa para Boolean Vivarium, de Nicolas Bailleul, por “retratar novas e cada vez mais comuns formas de trabalho, que nos atomizam e nos transformam em ilhas”. Por último, o Prémio Fundação INATEL foi entregue a A Queda do Céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, filme que “dá relevo a pessoas, lugares, olhares, palavras que interpelam profundamente o espectador, com um poder de abalo que rompe as dimensões de tempo ou cultura”.
A audiência também é chamada a votar e atribuem-se dois Prémios do Público — o Prémio Legal Partners Direitos e Liberdades e o Prémio Doclisboa. Ambos os galardões foram para Por ti, Portugal, eu juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso. A lista completa de obras premiadas segue abaixo.
As sessões de exibição dos filmes premiados nesta edição do Doclisboa decorrerão nos dias 28, 29 e 30 de Outubro, no Cinema Ideal.
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PRÉMIOS DOCLISBOA 2024
Grande Prémio Cidade de Lisboa para Melhor Filme da Competição Internacional
The Shards, de Masha Chernaya
Prémio Cupra do Júri da Competição Internacional – ex aequo
Fire Supply, de Lucía Seles e The Anchor, de Jen Debauche
Prémio MAX para Melhor Filme da Competição Portuguesa
O Palácio de Cidadãos, de Rui Pires
Prémio Sociedade Portuguesa de Autores do Júri da Competição Portuguesa
As Noites ainda cheiram a Pólvora, de Inadelso Cossa
Prémio Escola – Prémio ETIC para Melhor Filme da Competição Portuguesa
Estou Aqui, de Zsófia Paczolay e Dorian Rivière
Prémio Revelação Canais TVCine – Prémio para Melhor Primeira Longa-Metragem (mais de 60’) de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas
The Anchor, de Jen Debauche
Menção Honrosa – Revelação Canais TVCine
Dad’s Lullaby, de Lesia Diak
Prémio Lugares de Trabalho Seguros e Saudáveis – Prémio Agência Europeia para a Segurança no Trabalho para Melhor Longa-Metragem de Temática Associada ao Trabalho de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas
Favoriten, de Ruth Beckermann
Menção Honrosa – Prémio Lugares de Trabalho Seguros e Saudáveis
Boolean Vivarium, de Nicolas Bailleul.
Prémio Fundação INATEL – Prémio para Melhor Filme de Temática Associada a Práticas e Tradições Culturais e ao Património Imaterial da Humanidade de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas
A Queda do Céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Prémio Legal Partners Direitos e Liberdades – Prémio para Melhor Filme de Temática Associada aos Direitos da Humanidade de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas
Por ti, Portugal, eu juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso
Prémio Doclisboa – Prémio para Melhor Filme Português transversal a todas as secções, excepto retrospectivas e competições
Por ti, Portugal, eu juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso