Competição Portuguesa

Em Cabo Polónio, no Uruguai, Luana é uma das poucas crianças de uma comunidade que vive isolada, sem água, luz eléctrica ou acesso fácil. É através do seu olhar que descobrimos um movimento colectivo que experimenta ainda uma utopia social.

Maria tem 48 anos e está encurralada entre um mundo guiado pelo ascetismo e outro alimentado pela necessidade de restabelecer a ligação com os dois filhos. Planos elaborados e som minimalista dão um vislumbre da sua vida quotidiana, pensamentos e emoções.

Após 500 anos de presença africana em Portugal, os negros refugiam-se na criação utópica de A Ilha. Um lugar situado no espaço entre a ficção e a realidade, onde se pode reescrever histórias e pensar futuros através das personagens e seus percursos.

O coreógrafo português João Fiadeiro organiza um arquivo com mais de 30 anos que cruza o seu trabalho em dança com a história do estúdio que está prestes a desocupar. Dentro de dias, dançará durante sete horas antes do encerramento definitivo do Atelier RE.AL.

Conta-se que, em tempos, vieram dois malfeitores cumprir a pena de tomar conta desta terra desabitada. A sentença passou de geração em geração e foi herdada pelos homens que a trabalham. Uma mulher descalça ajeita a terra e é surpreendida por uma folha.

Uíge, Angola. No interior de um seminário católico português, experimentam-se formas diferentes de silêncio. Um lugar habitado por múltiplas sonoridades e imagens que vagueiam da natureza e meditação até impressões coloniais.

A cineasta filma os últimos momentos antes de ser despejada da casa em que vive há muitos anos. A câmara serve de guia neste processo de luto, construindo um arquivo da casa, do bairro, das pessoas que ali viveram ou das que visitam.

Um filme moldado pelo misticismo, a poética da simultaneidade e a voz de resistência e reflexão em Amílcar Cabral.

Pouco se sabe sobre Isabel Santaló, pintora dos anos 1950 e 1960 que agora vive na periferia de Madrid. Às vezes, aparecem visitantes em casa. Um filme sobre memória e esquecimento, sobre arte e processo criativo, sobre o que é ser mulher e artista.

No centro de Lisboa, o edifício de uma antiga tipografia é demolido para dar lugar a apartamentos de luxo. Vendo isto como uma imagem perfeita da morte de uma certa Lisboa, o realizador retrata o quotidiano do estaleiro de obras e os que aí trabalham.

“Querida Marisa, estamos, agora, a um planeta inteiro de distância. Precisamente 17900 quilómetros. Neste limiar do paraíso, só posso fazer uma coisa. Esperar. E a suprema felicidade irá, por fim, encontrar-nos, querida.” Um filme-diário e um exercício de memória acerca de um futuro tão remoto quanto selvagem.

Esta é a história de um cão cineasta. Em viagem entre a Bretanha e Lisboa, o protagonista e a sua produtora imaginam um filme que se afastaria do cinema feito por e para humanos em busca do olhar animal. Uma comédia da vida selvagem que mistura imagens de cães da [...]