Odessa desperta e, até se deitar, os seus habitantes, com os seus trabalhos, trajectos, hábitos, jogos e espectáculos, são os heróis desta odisseia de um dia. Sem esquecer aquele graças ao qual tudo é registado: o operador e a sua câmara. Por um lado, mostrar a arte como um trabalho, uma actividade no meio de outras; por outro, glorificar a ferramenta (a câmara, cuja óptica é claramente visível). Conjugação maravilhosamente paradoxal: uma arte nua (o manifesto que abre o filme é uma afirmação de uma arte despida dos seus poderes normais), mas uma arte dita nova, que se vê orgulhosamente ao espelho.
Man with a Movie Camera
Chelovek s kino-apparatom
Dziga Vertov
1929
URSS
68’