O título original em tailandês, Dofka nas Mãos do Diabo, foi substituído por um cadáver esquisito, a técnica surrealista que consiste em produzir um texto a várias mãos sem que nenhum participante tenha conhecimento da parte que precede a sua. O filme foi construído desta forma: fruto de uma travessia onde o acaso dos encontros encadeia o curso de um conto fantástico, cujos heróis são uma professora e uma criança com deficiência. Um cartão inaugural dissipava qualquer equívoco naturalista: “Era uma vez”. É o horizonte do que se encontra no coração de uma promessa arcaica e desconcertante.
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Restaurado em 2013 pelo Museu Austríaco do Cinema e a Cinemateca de Bolonha/L’Immagine Ritrovata em associação com o Projecto Cinema do Mundo da The Film Foundation, LISTO (Viena), Technicolor (Banguecoque) e Apichatpong Weerasethakul e com financiamento do Instituto de Cinema de Doha