A tentativa de Llinás de retratar o colectivo artístico argentino Mondongo acaba por ser uma tragédia de amizade perdida (e, com isso, um filme perdido) e um filme sobre a perda da juventude e a complexidade do ego. Porém, tratando-se do singular Llinás, a sinceridade e transparência do filme é pontuada com desvios e ironia, para dificultar a localização das suas verdades – usando o cinema como ferramenta para jogar, pensar e fabricar e recordar memórias. Como vemos Llinás escrever no computador, qualquer retrato é um auto-retrato e qualquer auto-retrato aproxima-se do acto de auto-destruição.
Retrato de Mondongo
Mariano Llinás
2024
Argentina
124’