O nosso primeiro objecto de investigação e cuidado deve ser a vida. Sabemos a razão para isso, pois somos seres vivos numa situação em que as condições de vida estão em perigo. O que não tem lugar neste discurso ecológico é a morte. A dificuldade de reconhecer a morte não é nada de novo, mas, na nossa situação contemporânea, ela tem um novo rosto. Ouro e Cinza ultrapassa a representação para se tornar num acto íntimo de escavação que se propõe mediar—material, política e metafisicamente—a re-apropriação da morte como um poder e a nossa soberania como seres mortais nas esferas privada e social.
Ouro e Cinza
Salomé Lamas
2024
Portugal
77’
