WANG BING NA ABERTURA E LEONOR TELES NO ENCERRAMENTO DA 21ª EDIÇÃO DO DOCLISBOA

     Man in Black, Wang Bing, 2023, França, EUA, Reino Unido

 

Wang Bing, incontornável cineasta chinês e presença assídua na programação do Doclisboa, traz-nos Man in Black, filme de abertura desta 21ª edição, agendada para dia 19 de Outubro, às 21h, no Cinema São Jorge. A fechar, estreia-se em Portugal a primeira longa-metragem de ficção de Leonor Teles – Baan encerra o Doclisboa’ 23, no dia 29 de Outubro, às 21h, na Culturgest.

Em Man In BlackWang Bing – autor de obras como Fathers and Sons (Doclisboa 2014) e Almas Mortas (Doclisboa 2018) – retrata o corpo e a alma de Wang Xilin, compositor e dissidente chinês. Fazendo uso de excertos das suas sinfonias, o cineasta regista os horrores rememorados pelo compositor octogenário, histórias de desumanização de um país e de um regime em permanente convulsão. Wang Xilin estará em Lisboa para acompanhar a sessão de abertura da 21ª edição do festival.

A 29 de Outubro, é a vez de Leonor TelesBaan (“casa” em tailandês), primeira longa-metragem de ficção da realizadora portuguesa, ensaia uma viagem pelos lugares e pelas emoções da sua protagonista, a jovem arquitecta L (Carolina Miragaia). Os amores e desamores de L acontecem entre Lisboa e Banguecoque, entre o relacionamento passado que teima em assombrar o presente, e a excitação e o medo do futuro consubstanciados na figura de uma mulher misteriosa por quem L se apaixona: K (Meghna Lall), uma canadiana de ascendência tailandesa. Numa Lisboa a braços com a especulação imobiliária e tensões migratórias, ou nas ruas inundad

as de luzes e estímulos da Tailândia, Leonor Teles (Terra Franca, Doclisboa 2018) retrata duas jovens mulheres em busca do seu lugar no mundo, da sua casa – Baan.

 

Baan, Leonor Teles, 2023, Portugal

 

Riscos com Paula Gaitán e Mika Taanila

Na secção Riscos, dedicada a revelar novos olhares sobre a paisagem cinematográfica, são dois os cineastas convidados: a colombiana-brasileira Paula Gaitán, cujos filmes, de uma liberdade rara, são presença habitual no Doclisboa; e Mika Taanila, cineasta e artista visual finlandês, autor de uma extensa obra. O festival exibe dois filmes de Gaitán (O Canto das Amapolas, 2014; e Noite, 2015) e três obras de Taanila (Monica in the South Seas, 2023; I Might be Stuck, 2022; e RoboCup99, 2000).

Destaque ainda para uma viagem performática no tempo pela mão de Luciana FinaAndromeda (2023), um exercício de evocação cinematográfica e artística da televisão pública italiana dos anos 1960 e 1970; e evocação de uma jovem telespectadora entregue à descoberta e à experimentação. A sessão – em colaboração com o Festival Temps D’Images – será no dia 21 de Outubro às 19h00 na Cinemateca Portuguesa, e documenta e revitaliza a complexidade das ideias e das artes num momento singular da história da imagem.

A conferência de imprensa da 21ª edição do Doclisboa, em que será anunciado o programa completo, está agendada para 27 de Setembro, pelas 11h, na Culturgest. Leonor Teles e Wang Bing (por videoconferência) participarão neste encontro com a comunicação social.

Em Outubro, o mundo inteiro cabe em Lisboa.