Black Girl

Retrospectiva A Questão Colonial

Parafraseando Sartre, algumas reflexões sobre a questão colonial… no cinema. No caso, cingimo-nos à história recente, ao continente africano e às antigas colónias portuguesas e francesas. O ponto de partida é o fim da Guerra da Argélia – simbolizando o fim das colónias francesas, habilmente mantidas sob o jugo neocolonial – que coincide com a decisão do Estado Novo de avançar para a guerra colonial. Rapidamente, a revisitação dos materiais das “colecções coloniais” revela-se desajustada, condicionada à recontextualização, que reduz o cinema ao documento. A viagem deriva, então, para os cineastas solidários e sobretudo o nascimento dos cinemas africanos. Resta saber se, como Ousmane perguntava a Rouch, quando houver muitos cineastas africanos, os cineastas europeus deixarão de fazer filmes sobre África.

06 Out — 15:30 / 117’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro
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06 Out — 15:30 / 117’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro

Dois momentos fundacionais do cinema guineense e da colaboração de Flora Gomes e Sana na N’Hada, gestos híbridos entre ficção e reconstrução, em busca da imagem de um país e de um povo. O funeral de Amílcar Cabral, finalmente realizado com honras de Estado após a independência, simboliza o nascimento da nação e Mortu Nega o seu nascimento cinematográfico.

O Regresso de Amílcar Cabral

Djalma Fettermann, Flora Gomes, José Bolama, Josefina Crato, Sana na N'Hada
Primeira produção de cineastas guineenses após a libertação do colonialismo português em 1974, O Regresso de Amílcar Cabral documenta a transferência dos restos de Amílcar Cabral de Conacri (onde foi assassinado em Janeiro de 1973) para Bissau em 1976. Uma cobertura intrigante do evento solene, gravações de canções guineenses e [...]
Mortu Nega

Mortu Nega

Flora Gomes
Mortu Nega cobre o período entre Janeiro de 1973, durante os meses finais da guerra contra os portugueses, até à consolidação de uma Guiné-Bissau independente, em 1974 e 1975. O filme começa no mato com um transporte na rota de abastecimento de Conacri para a frente. A heroína, Diminga, e [...]
06 Out — 19:00 / 86’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro
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07 Out — 14:00 / 86’
Cinema São Jorge Sala 3

O lugar dos jovens africanos na sociedade francesa, o choque entre os sonhos e a violência da sociedade colonial que se perpetua muito para lá das independências das novas nações africanas, numa sessão que junta o gesto documental do cinéma vérité com um dos primeiros filmes de ficção do mestre Sembène.

Africa on the Seine

Mamadou Sarr, Paulin Soumanou Vieyra
De acordo com o Decreto Laval dos anos 1930, os projectos de filmes estavam sujeitos a censura prévia. Neste contexto, os realizadores não obtiveram autorização para filmar em África e, em vez disso, fizeram esta curta sobre as vidas de africanos em Paris. O filme revela questões de estudantes sobre [...]

Black Girl

Ousmane Sembène
Diouana, uma jovem de uma aldeia senegalesa, deambula por Dacar todos os dias à procura de trabalho. Apesar da enorme oferta de mulheres desempregadas, dada a sua subserviência, é “escolhida” para ama de uma família francesa rica. Quando tem autorização para se mudar para França para viver com eles, parece [...]
07 Out — 16:45 / 68’
Cinema São Jorge Sala 3

Nestes filmes, rodados por cineastas militantes e solidários que desafiaram a censura em França, condensam-se os anos de violência da Guerra da Argélia – vividos no presente e na frente de combate em Algérie en flammes ou nas imagens que dela trazem as crianças exiladas na vizinha Tunísia em J’ai huit ans – e a força de esperança do país no Ano Zero da independência.

J'ai huit ans

Olga Baïdar-Poliakoff, Yann Le Masson
Crianças argelinas, sobreviventes da Guerra da Argélia e refugiadas em campos tunisinos, mostram os acontecimentos trágicos que viveram através de desenhos que elas próprias fizeram. Banido em França durante 12 anos e apreendido 17 vezes, o filme foi sobretudo exibido clandestinamente.

Algérie en flammes

René Vautier
Primeiro filme rodado no maqui do Exército de Libertação Nacional em 1956-57. O objectivo destas imagens da guerra, filmadas na zona de Aurès-Nementcha, era manifestar apoio popular à organização armada e encorajar o diálogo para a paz. O filme circulou imediatamente pelo munto inteiro, excepto em França, onde foi exibido [...]

Algérie, année zéro

Jean-Pierre Sergent, Marceline Loridan-Ivens
Seis meses após o fim da guerra, o filme esboça um retrato comprometido de uma Argélia recém-independente a braços com a enorme tarefa de reconstrução social e económica. O país é retratado pelas suas vozes rurais e urbanas, carregando as cicatrizes do colonialismo e a ameaça do terrorismo da OAS [...]
07 Out — 19:30 / 68’
Cinemateca Portuguesa Sala Luís de Pina

Uma sessão no limiar da história de Angola, entre a independência duramente conquistada e a ameaça da guerra civil, num breve momento de esperança no futuro da jovem nação. A passagem da câmara das mãos dos camaradas cineastas europeus para os jovens cineastas angolanos acontece também neste momento que o futuro não concretizou.

Nascidos na Luta, vivendo na Vitória

Asdrúbal Rebelo
Retrato das crianças nascidas ainda durante a guerra, membros dos Pioneiros – a organização juvenil do MPLA. Como o título prenuncia, o filme é feito num momento em que, no rescaldo do trauma da Guerra de Independência, se vive um momento de esperança no futuro de Angola e da revolução.

Guerre du peuple en Angola

Antoine Bonfanti, Bruno Muel, Marcel Trillat
O filme centra-se na situação vivida em Angola em Junho de 1975, quando a declaração de independência desencadeia uma guerra civil. Os cineastas, que aí se deslocaram para formar jovens angolanos, regressam com este filme, apresentando de forma inequívoca a guerra como a luta das pessoas e do seu movimento [...]
08 Out — 10:30 / 87’
Culturgest Pequeno Auditório
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15 Out — 19:00 / 87’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro

A obra de Mario Marret, só recentemente reencontrada e restaurada, filmada em plena guerra na Guiné, já aflorava a questão das escolas de mato – um eixo fundamental da acção do PAIGC nas zonas libertadas. A relação entre a terra, a luta e a aprendizagem estão no coração dos dois filmes de Filipa César e Sónia Vaz Borges, a partir do arquivo em Navigating the Pilot School e da experiência física e sensorial em Mangrove School.

Nossa Terra

Mario Marret
Nossa Terra é um filme de combate, um filme urgente, rodado durante a guerra de guerrilha na luta pela independência da Guiné-Bissau em meados dos anos 1960. “Era um testemunho. Não interessava o formato, a câmara, essas coisas todas. Estava um cineasta presente. O cineasta tem de estar no lugar onde o mundo se [...]

Navigating the Pilot School

Filipa César, Sónia Vaz Borges
Frequentemente subestimadas enquanto tal, as guerras de libertação anti-coloniais foram também empreitadas de educação a grande escala. Considere-se as estratégias educativas seguidas pelo agrónomo Amílcar Cabral e o PAIGC. Entre elas, a Escola Piloto para “formar os melhores estudantes das nossas escolas nas zonas libertadas e [serem] integrados no nosso [...]

Mangrove School

Filipa César, Sónia Vaz Borges
“Voltámos à Guiné-Bissau para investigar as condições dos estudantes nas escolas da guerrilha nos mangues. Em vez disso, rapidamente nos tornámos nós próprios os alunos e a primeira lição era como andar. Se se caminhar direito, colocando primeiro o calcanhar no chão, imediatamente se escorrega e cai nas represas dos [...]
08 Out — 15:00 / 90’
Cinema São Jorge Sala 2

Mesa redonda: A Questão Colonial

08 Out — 19:00 / 97’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro

A beleza que atravessa o Carnaval da Vitória, que regista o primeiro Carnaval de Angola independente em 1976, não esconde o trauma de vinte anos de guerra colonial, que se prolongará na violência da guerra civil. Vinte anos mais tarde, Sissako parte em busca de um amigo, e de si mesmo, e encontra um país cujas feridas resistem às simplificações históricas.

Esta sessão decorre no âmbito do projecto FILMar, operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, integrado no Mecanismo Financeiro de Apoio EEA Grants 2020-2024.

Carnaval da Vitória

António Ole
Filmado nas ruas de Luanda, Lobito e Benguela, o filme foca em particular os trabalhadores que se dividem entre os seus locais de trabalho e os preparativos e ensaios que culminam no dia da primeira grande festa da Angola independente: o “Carnaval da Vitória”. Esta sessão decorre no âmbito [...]

Rostov-Luanda

Abderrahmane Sissako
Abderrahmane Sissako saiu da Mauritânia para Rostov, na Rússia, em 1980, para estudar cinema. Aí, fez amizade com Baribanga, um combatente pela liberdade angolano. 16 anos mais tarde, com uma fotografia de Baribanga no bolso, Sissako decide ir a Angola, um país ainda em convulsão, e procurar o eu companheiro há muito perdido. O [...]
09 Out — 11:00 / 82’
Cinema São Jorge Sala 3

A Argélia é vista e contada por jovens mulheres, estudantes, poucos anos após o fim da guerra, no filme-inquérito de Ahmed Lallem. Vinte anos após a independência, a escritora Assia Djebar lança-se num filme-ensaio musical, onde, para lá das fronteiras do seu país, repensa o Magrebe e a sua história moderna.

The Women

Ahmed Lallem
Rodado apenas quatro anos após a Argélia conquistar a sua independência de mais de 100 anos de opressão colonial, Elles regista as questões prementes e as visões de futuro manifestadas por jovens argelinas, muitas ainda no secundário, ao embarcarem num novo capítulo da história do seu país.

The Zerda and the Songs of Forgetting

Assia Djebar
A escritora argelina Assia Djebar revisita a colonização do Magrebe, fazendo uso de material dos jornais de actualidades franceses. O filme serve-se da montagem para procurar a verdade nessas “imagens de um olhar assassino”, uma verdade que elas não mostram directamente: a “resistência por trás da máscara”. A banda sonora [...]
09 Out — 14:00 / 83’
Cinema São Jorge Sala 3

Esmagado o sonho revolucionário que agitou o continente europeu entre 1967 e 1969, a década é marcada pela radicalização e marginalização do movimento político. É nesse contexto que estes dois filmes repensam o mundo, desde logo deslocando o seu centro para África, onde a luta, então, parece ainda poder derrubar o sistema.

On Africa

Skip Norman
O filme justapõe travellings filmados em Berlim Ocidental, informação sobre a exploração colonial e imagens da África Ocidental enquanto apresenta factos sobre a conquista e descolonização do continente. “O ponto de partida é a relação entre a prosperidade da Europa e a pobreza de África; a destruição das cidades e [...]

Algiers, Capital of the Revolutionaries

Gordian Troeller, Marie-Claude Deffarge
Aquando da independência, ficou escrito na Constituição da Argélia que todos os movimentos revolucionários e de libertação nacional poderiam reclamar asilo político. Diz assim: “O desenvolvimento do socialismo na Argélia está intimamente ligado à luta de libertação de povos noutras partes do mundo. É imperativo que qualquer movimento revolucionário apoie [...]
09 Out — 16:15 / 122’
Cinema São Jorge Sala 3
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15 Out — 22:00 / 122’
Cinema Ideal

Crossing Voices

Bouba Touré, Raphaël Grisey
A partir de arquivos cinematográficos, fotográficos e sonoros raros, Xaraasi Xanne narra a aventura da Somankidi Coura, uma cooperativa agrícola fundada em 1977, no Mali, por trabalhadores da África Ocidental que, na altura, viviam em hotéis para migrantes em França. A história deste projecto utópico de regresso à terra segue [...]
10 Out — 11:00 / 117’
Cinema São Jorge Sala 3

Em meados da década de 1950, o encontro entre Oumarou Ganda, então um jovem estivador do Porto de Abijão, recém-regressado da guerra da Indochina, e Jean Rouch, o engenheiro-cineasta, marca um ponto de viragem no cinema de Rouch com I, a Negro. Uma década mais tarde, no Níger, nasce o cinema de Ganda com o autobiográfico Cabascabo.

Cabascabo

Oumarou Ganda
Cabascabo, veterano do exército colonial francês na Indochina, regressa à terra natal no Níger e é aclamado por amigos e familiares. Em analepses fragmentadas, narra a sua aventura e as batalhas naquela terra longínqua. Durante algum tempo, desfruta da glória de veterano, mas, depois de esbanjar tudo o que tem, [...]

I, a Negro

Jean Rouch
Jovens imigrantes nigerianos deixam o país para trabalhar na Costa do Marfim e instalam-se no bairro de Treichville, em Abijão. O filme retrata uma semana nas suas vidas, esbatendo o limite entre a sua rotina e as dos seus personagens. Todas as manhãs, Tarzan, Eddy Constantine e Edward G. Robinson [...]
10 Out — 15:30 / 94’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro

A jovem nação moçambicana atraiu muitos cineastas, num movimento do qual poucos filmes sobreviveram. Rouch terá realizado Makwayela no âmbito de uma formação para jovens técnicos e cineastas. Já Ruy Guerra, que regressa ao país natal nos primeiros anos da independência, procura em Mueda a memória do início da guerra colonial.

Makwayela

Jacques d’Arthuys, Jean Rouch
O único vestígio que resta da passagem e envolvimento de Jean Rouch numa oficina de formação em Super 8mm em Moçambique é este filme. Em Maputo, um grupo de trabalhadores de uma fábrica de garrafas canta e dança todas as manhãs no pátio. A dança makwayela é uma forma de [...]

Mueda, Memória e Massacre

Ruy Guerra
Ruy Guerra participou activamente na fundação do Instituto Nacional de Cinema de Moçambique e realizou a primeira longa-metragem produzida no país após a independência. O filme cruza a reconstituição teatral do massacre cometido pelas forças coloniais portuguesas em Mueda, a 16 de Junho de 1960, quando soldados portugueses abriram fogo [...]
10 Out — 19:30 / 83’
Cinemateca Portuguesa Sala Luís de Pina
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13 Out — 17:30 / 83’
Cinema Ideal

Harkis

Philippe Faucon
Durante a Guerra da Argélia, muitos jovens argelinos pobres alistam-se no exército francês. Paira a hipótese de independência e a perspectiva para eles é sombria. O tenente Pascal insiste para que todos os homens do seu pelotão sejam evacuados para França.
11 Out — 19:00 / 75’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro

Os filmes de Licínio de Azevedo, decano do cinema moçambicano, revisitam e reconstituem a história recente do seu país, num gesto que oscila entre ficção e documentário. A questão da terra e dos seus frutos no coração do conflito colonial e pós-colonial atravessa estes dois filmes, lembrando a dimensão física e económica da exploração.

Nhinguitimo

Licínio Azevedo
Pequena fábula política, Nhinguitimo analisa as relações entre a desapropriação das áreas rurais – e respectivas colheitas – e o sistema colonial. A história da revolta de um trabalhador agrícola contra os colonizadores há seis décadas pode também moldar uma reflexão sobre a exploração continuada do território e suas gentes.

A Colheita do Diabo

Brigitte Bagnol, Licínio Azevedo
“A Colheita do Diabo é a minha primeira grande experiência no cinema (…) em que pela primeira vez utilizei, além de actores de teatro, pessoas que não tinham nenhuma experiência [em cinema], sendo as personagens principais antigos combatentes, ex-guerrilheiros da FRELIMO que participaram na guerra pela independência.” Licínio de Azevedo [...]
11 Out — 22:30 / 75’
Cinema São Jorge Sala 3
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12 Out — 22:00 / 75’
Cinema Ideal

About the Conquest

Franssou Prenant
Uma sucessão de material de arquivo (relatórios, testemunhos, memórias) é lido num tom de facto, relatando as etapas da colonização da Argélia pela França entre 1830 e 1848 e delineando a paisagem ideológica de um esforço de aniquilação espantoso.
Questions and Answers
13 Out — 14:00 / 135’
Cinema São Jorge Sala 3

O debate, mais actual do que nunca, em torno da dívida histórica dos colonizadores para com os ex-colonizados, encontra aqui uma das suas primeiras expressões no cinema com o seminal Afrique 50, de René Vautier, que valeu a censura e a prisão ao seu autor, e é objecto do processo montado por Sissako num pátio tradicional africano da cidade de Bamako.

Afrique 50

René Vautier
O primeiro filme anti-colonialista francês começou por ser uma encomenda de um retrato das colónias para fins educativos. “Filmei Afrique 50 em 1949 e 1950 na África Ocidental Francesa. Desde cedo, deparei-me com proibições por parte das autoridades francesas: o filme foi condenado à destruição pelo tribunal colonial de Bobo [...]

The Court

Abderrahmane Sissako
Está a decorrer um julgamento extraordinário num pátio residencial em Bamako, capital do Mali. Cidadãos africanos instauraram um processo contra instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial e o FMI, que a sociedade civil responsabiliza por perpetuarem a crise da dívida africana, na origem de tantos males do continente. Sissako contratou advogados e juízes profissionais [...]
13 Out — 19:00 / 56’
Culturgest Auditório Emílio Rui Vilar

Catembe

Faria de Almeida
Catembe documenta os sete dias da semana no quotidiano de Lourenço Marques. Após uma série de entrevistas em que Manuel Faria de Almeida pergunta a transeuntes na Baixa lisboeta o que sabem sobre Lourenço Marques, o filme integrava sequências de ficção protagonizadas pela rapariga Catembe. O corte, imposto pelo Ministério [...]
14 Out — 19:00 / 101’
Cinemateca Portuguesa Sala M. Félix Ribeiro

O Vento sopra do Norte

José Cardoso
O filme revisita a última fase do colonialismo português. No seu dia-a-dia, dois rapazes e uma rapariga locais lidam como podem com a prepotência dos colonos, até que a violência passa das palavras aos actos. Do Norte, sopra o vento da mudança.
14 Out — 21:45 / 94’
Cinema São Jorge Sala M. Oliveira

Kuxa Kanema, o projecto de cinema com e para o povo moçambicano, que não pode deixar de lembrar o mítico cine-comboio de Medvedkin, é contado pelos cineastas que o fizeram, entre eles Ruy Guerra. A missão de registar os primeiros passos da independência também passou pelo duro processo dos comprometidos, acusados de compactuar com o colonizador português.

Kuxa Kanema – O Nascimento do Cinema

Margarida Cardoso
A primeira ação cultural do governo Moçambicano após a independência, em 1975, foi a criação do Instituto Nacional de Cinema (INC). As suas unidades de cinema móvel vão mostrar por todo o país o jornal cinematográfico Kuxa Kanema. Kuxa Kanema quer dizer o nascimento do cinema e o seu objectivo [...]

Os Comprometidos — Actas de um Processo de Descolonização [Acta 5]

Ruy Guerra
O duro julgamento de presumidos colaboradores do regime colonial por um tribunal popular foi liderado pelo presidente Samora Machel em 1982. Ruy Guerra acompanhou o processo ao longo de seis dias de filmagem quase ininterrupta. O material resultou numa série de quarenta horas para a Televisão Experimental de Moçambique, sendo [...]
15 Out — 14:00 / 90’
Cinema São Jorge Sala 3
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16 Out — 17:30 / 90’
Culturgest Pequeno Auditório

7 Cortes de Cabelo no Congo

Gustavo Melo, Luciana Bezerra, Pedro Rossi
Sete cortes. Sete experiências de exílio. A República Democrática do Congo e o Brasil encontram-se num salão de cabeleireiro nos subúrbios do Rio de Janeiro especializado em cortes afro. Os clientes contam as suas histórias, oriundas do coração de África.