Richard Shpuntoff e Serge Garcia são os dois cineastas seleccionados para a segunda edição do programa anual de residências Joaquim Jordà, promovido pelo Doclisboa, o FIDMarseille e o Museu Reina Sofía. Escolhidos pelo júri a partir de um leque de mais de 150 candidaturas, os dois bolseiros formarão parte do programa que homenageia o cineasta espanhol Joaquim Jordà (1935-2006) e que tem por objectivo promover o desenvolvimento de projectos cinematográficos no domínio do cinema de não-ficção.
Richard Shpuntoff foi distinguido, nas palavras do júri, “por uma obra situada entre a escrita, a memória e o arquivo pessoal, um cinema de escritor que tem em conta a tradução e a deslocação como fenómenos essenciais da narrativa”. Shpuntoff nasceu em Nova Iorque e começou a trabalhar no campo artístico através da fotografia documental. Enquanto realizador, fez mais de uma dúzia de curtas-metragens antes de se estrear no formato longa, com Jackson Heights (2016), sobre o assassinato de um trabalhador sexual porto-riquenho em 1990 em Nova Iorque. Everything that Is Forgotten in an Instant, o seu segundo filme, estreou em 2020 na Competição Internacional do FIDMarseille.
Serge Garcia é um escritor, cineasta e produtor norte-americano cujo trabalho explora narrativas interseccionais e temas-chave nas subculturas musicais do clubbing, da electrónica ou do noise. Para o júri, “os seus filmes evocam sentimentos de solidão, alienação, mas também de resistência e agência”. Na sua reviravolta existencialista ao documentário musical, destaca-se Grand Central Hotel (2021), um retrato melancólico e astuto do músico e compositor Terre Thaemlitz. Outros dos seus filmes são Live To Be Legend (2020), Cycle One (2021) e A General Disappointment (2022).
O júri, que sublinha “a maturidade e a inventividade dos projectos” a concurso, foi composto por Cíntia Gil e Miguel Ribeiro (Doclisboa), Tsveta Dobreva e Cyril Neyrat (FIDMarseille), Chema González e Manuel Segade (Museo Reina Sofia), e Manuel Asín (jurado independente).